A��ES
POPULARES CONTRA ADMINISTRA��O P�BLICA
Tribuna da
Imprensa � 18.5.09
exclusiva
Not�cia-crime
contra Lula no STF pela venda da BrT
S�O PAULO
- Indignado com a venda da empresa de
telecomunica��es Brasil Telecom (BrT) � Oi,
com interven��o direta do Presidente da
Rep�blica, que alterou a lei para tanto e
mandou liberar R$ 7 bilh�es do BNDES e do
Banco do Brasil para facilitar o estranho
neg�cio, o ex-deputado paulista Afanasio
Jazadji entrou com processo no Supremo
Tribunal Federal (Peti��o 4572), que foi
distribu�do ao ministro Carlos Ayres Brito.
O processo j� foi encaminhado ao
procurador-geral da Rep�blica.
Para Afanasio, sem as b�n��os, aprova��o e
empenho do presidente Luiz In�cio Lula da
Silva, nada disso seria poss�vel. Tudo foi
planejado e acertado, a partir da convic��o
e certeza de que o chefe do Poder Executivo
Federal assinaria o Decreto no. 6.654, de 20
de novembro de 2008, que, contrariando a
legisla��o vigente, permitiu a compra da BrT
pela Oi, com o empr�stimo de 7 bilh�es de
reais do Banco do Brasil e do BNDES.
Opini�o da Imprensa sobre a compra da BrT
pela Oi com dinheiro p�blico:
Isto�, de 20/05/2009
O ex-deputado Afanasio Jazadji impetrou
noticia-crime contra o presidente Lula no
STF, por ter autorizado a compra da Brasil
Telecom pela OI, "com utiliza��o de R$ 7
bilh�es dos cofres p�blicos". Ele considera
o neg�cio inexplic�vel. O STF remeteu a a��o
para a Procuradoria-Geral da Rep�blica.
Jornal do Brasil, de 15/05/2009
Como dizia Ibrahim
Sued, uma not�cia que � �bomba, bomba�!
Representado pelo escrit�rio do jurista Luiz
Nogueira, o ex-deputado Afanasio Jazadji
entrou com processo no Supremo Tribunal
Federal incriminando o presidente Lula, o
ministro das Comunica��es Helio Costa e
outras autoridades envolvidas na venda da
Brasil Telecom � Oi.
A peti��o da �not�cia-crime�, cujo relator
ser� o ministro Carlos Ayres Brito, denuncia
que houve interven��o direta do chefe do
governo, que alterou a lei para possibilitar
o fechamento do neg�cio e ainda mandou
liberar R$ 7 bilh�es do BNDES e do Banco do
Brasil.
Acolhido pelo STF, o processo j� foi
encaminhado ao procurador-geral da
Rep�blica, para emitir parecer.
O Estado de S. Paulo, de
23/12/2008
�Com a publica��o, ontem, no
Di�rio Oficial do ato da Agencia Nacional de
Telecomunica��es (Anatel) que autoriza a Oi
a comprar a Brasil Telecom (BrT),
conclui-se, em tempo recorde e em
circunst�ncias nebulosas, o maior neg�cio do
setor de telecomunica��es do pa�s desde a
privatiza��o do Sistema Telebr�s, h� cerca
de dez anos.
O governo poder� dizer que n�o passa de
simples coincid�ncia o fato de uma das
empresas benefici�rias ser tamb�m um dos
maiores doadores de recursos para a campanha
presidencial do candidato do PT. Mas o
not�rio interesse das autoridades em apoiar
e, sobretudo, criar as condi��es legais e
financeiras para a concretiza��o de um
neg�cio mal justificado e realizado em
condi��es absolutamente excepcionais deixa o
governo em situa��o no m�nimo
desconfort�vel!
Para o presidente da Associa��o Brasileira
dos Prestadores de Servi�os de
Telecomunica��es Competitivas (TelCom), Luis
Cuza, por�m, a fus�o Oi-BrT afetar� o
mercado brasileiro, pois resultar� numa
concentra��o significativa. Por isso, a
TelCom anuncia sua disposi��o de recorrer a
todas as inst�ncias poss�veis,
administrativas e judiciais, para tentar
impedir que a fus�o se concretize.
Os que mais ganham com o neg�cio s�o as
empresas privadas Andrade Gutierrez � grande
financiadora da campanha de Luiz In�cio Lula
da Silva e que, coincidentemente,
participava da Gamecorp, que tem entre seus
s�cios F�bio Luis da Silva, filho mais velho
do presidente -, e do empres�rio S�rgio
Andrade, e La Fonte, de Carlos Jereissati,
controladoras da Oi (antiga Telemar).
Sem nenhuma experi�ncia em telecomunica��es,
o grupo vencedor do leil�o de parte do
Sistema Telebr�s realizado h� dez anos e do
qual faziam parte as empresas citadas, pagou
�gio de somente 1% e s� se tornou
financeiramente vi�vel com dinheiro do
BNDES. O mesmo banco oficial destinou
recentemente R$2,659 bilh�es para a
reestrutura��o societ�ria da Oi e o Banco do
Brasil concedeu � empresa empr�stimo de
R$4,3 bilh�es para a compra da BrT. A
generosidade oficial beneficiou um grupo
privado num momento em que todos os demais
setores da economia necessitam urgentemente
de financiamentos, mas n�o encontram�...
Folha de S. Paulo, de 25 de janeiro de
2009
�O BNDES forrou a cama da compra da
Brasil Telecom pela Oi/Telemar.
Indiretamente barateou a opera��o, que
beneficiou Andrade Gutierrez e La Fonte. O
dinheiro grosso do Banco do Brasil construiu
a cama forrada pelo BNDES�.
Revista Veja, de 24/12/2008
Segundo o jornalista J.R. Guzzo, o
presidente Lula procura �passar a id�ia de
quem se op�e a ele e ao seu governo �
inimigo do Brasil. Da mesma forma, partiu
para cima dos empres�rios que na primeira
diarr�ia correm atr�s do governo pedindo
dinheiro. Quem s�o eles? Lula n�o deu o nome
de nenhum. O grande nome que se sabe, nessa
hist�ria de receber favores do governo, � o
de uma empresa chamada Telemar, com a qual
est� acontecendo exatamente o que Lula faz
de conta que condena � na verdade, briga
como um le�o por ela, mesmo se para ajud�-la
for preciso mudar a lei. Fato, por enquanto
� s� esse�.
Folha de S. Paulo, de 21/12/2008
�Neg�cio fechado. Depois de uma s�rie de
casu�smos, completa-se o conluio entre o
governo e os interesses privados nas
telecomunica��es. O governo Lula fez o que
j� se esperava. Atendeu aos interesses de
uma das empresas que mais doaram recursos
para a campanha presidencial de 2006, a
Andrade Gutierrez, e criou um virtual
oligop�lio nos servi�os de telefonia em
todos os Estados do pa�s, com exce��o de S�o
Paulo... Havia a lei e foi alterada. Era
preciso dinheiro p�blico. Foi concedido.
J� o contribuinte brasileiro n�o recebe
satisfa��es pelo fato de que muito mais
dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo
Banco do Brasil para possibilitar a
transa��o. Do BNDES vieram R$2,6 bilh�es. Do
Banco do Brasil, R$4,3 bilh�es. Fundos de
pens�o de estatais tamb�m foram convidados a
participar da transa��o, cujo valor total se
estima em R$12,5 bilh�es.
O neg�cio est� feito. Apesar da complexidade
dos detalhes, n�o � dif�cil resumi-lo ao
essencial. � um caso de compra e venda. Nada
mais que isso�.
TRIBUNA DA
IMPRENSA
ter�a-feira,
26 de outubro de 2010
Carlos
Newton
O advogado
Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal
e ex-defensor dos direitos humanos, muito
ligado ao presidente Lula e � c�pula do PT,
� apontado como o lobista que ajudou a
empresa Oi a adquirir a Brasil Telecom (BrT).
Custo da comiss�o: US$ 260 milh�es.
Esta
informa��o consta dos autos da a��o popular
movida na 8� Vara Federal de Fortaleza
contra a Uni�o, o presidente Lula, a Anatel,
a Comiss�o de Valores Mobili�rios e as
empresas de telefonia envolvidas na
transa��o, concretizada em 22 de dezembro de
2008, mediante uma s�rie de favorecimentos
concedidos pelo governo federal, que
envolveram at� mudan�a na legisla��o e
financiamentos com recursos p�blicos do
Banco do Brasil e do BNDES.
Para que a
compra da Brasil Telecom pela Oi pudesse ser
realizada, o ex-deputado federal Luiz
Eduardo Greenhalgh, do PT, teria agido junto
� Casa Civil e ao Pal�cio do Planalto para
obter a mudan�a na legisla��o das
Telecomunica��es por meio de decreto, que
foi assinado pelo presidente Lula, com o
�nico e exclusivo objetivo de facilitar a
aprova��o do neg�cio pela Anatel (Ag�ncia
Nacional de Telecomunica��es) em apenas 27
dias.
A aprova��o do
neg�cio (ou negociata?) foi conseguida em
tempo recorde para que a empresa Oi n�o
fosse penalizada com multa de R$ 490
milh�es, caso a venda n�o se efetivasse.
Para o sucesso
da opera��o, o Banco do Brasil e o BNDES
emprestaram aos s�cios controladores da nova
supertele a quantia de R$ 7 bilh�es. Tudo
perfeitamente sincronizado.
O pre�o da
intermedia��o de Luiz Eduardo Greenhalgh,
segundo a a��o que corre em Fortaleza, teria
sido de US$ 260 milh�es. As grav�ssimas
informa��es referentes ao tr�fico de
influ�ncia implementado e �� assessoria
empresarial-governamental� posta em pr�tica
e bem sucedida, integram peti��o elaborada
pelo advogado Manuel Gomes Filho, que
representa o autor da A��o Popular n�
0010389-37-2008.4.05.8100, o tamb�m advogado
Jos� Carlos Martins Mororo de Almeida.
A a��o tramita
na 8� Vara Federal de Fortaleza. A cita��o
do presidente Lula e de outros r�us foi
determinada pela ju�za Elise Avesque Frota.
No site da Justi�a Federal surge como
advogado da Uni�o Federal o procurador-chefe
da Advocacia Geral da Uni�o em Fortaleza,
Jos� de Arimat�ia Neto. O nome do defensor
do presidente Lula n�o foi relacionado
ainda, apesar de o chefe do Poder Executivo
j� ter apresentado sua defesa.
O Minist�rio
P�blico Federal foi chamado a se manifestar
sobre o pedido de suspens�o e nulidade da
transa��o (compra da BrT pela Oi), que sem
d�vida foi realizada em completa ofensa ao
ordenamento jur�dico e � moralidade
administrativa. Como nos autos h� relato de
ocorr�ncia de suposto crime, por certo,
tr�fico de influ�ncia, o procurador federal
dever� requerer o envio de c�pia do processo
para que poss�veis il�citos penais sejam
apurados na esfera competente.
Pelo seu
vulto, singularidade e estranheza, essa
�apressada e nebulosa transa��o� tamb�m
chegou ao Congresso Nacional, onde o
deputado Marcelo Itagiba defendeu a abertura
de uma CPI. Segundo ele, a lei de outorga
foi modificada para atender a um interesse
comercial.
�N�o tenho a
menor d�vida de que houve tr�fico de
influ�ncia. Acho que seria fundamental que o
Congresso Nacional apurasse essa fus�o. O
dinheiro p�blico est� sendo utilizado para
patrocinar interesses privados. Foi mudada
uma lei por encomenda de empres�rios que
desejavam fazer um grande neg�cio. Isso n�o
pode ser admitido�, advertiu o parlamentar.
As cr�ticas do
deputado lastream-se em informa��es
publicadas pela imprensa, destacando que um
dos controladores da empresa Oi, S�rgio
Andrade, propriet�rio da construtora Andrade
Gutierrez, foi um dos maiores doadores de
recursos ao PT na campanha presidencial de
2006. Al�m disso, a Oi � s�cia do filho mais
velho do presidente da Rep�blica, F�bio Luis
da Silva, na empresa GameCorp, onde logo de
in�cio investiu R$ 5 milh�es.
Para
saber maiores detalhes desse eletrizante
caso,que envolve n�o somente o presidente
Lula, que assinou o decreto, mas tamb�m a
Casa Civil, que conduziu todas as
negocia��es, basta acessar na internet
www.teletime.com.br/arqs/Outro/2804.pdf,
para tomar conhecimento da �ntegra da
peti��o inicial da a��o popular.
TRIBUNA
DA IMPRENSA
domingo, 26 de setembro de 2010
Carlos Newton
O Tribunal Regional Federal de SP julga dia
7 uma a��o popular contra a compra da Brasil
Telecom pela OI. O presidente Lula, ao
alterar a legisla��o para possibilitar a
efetiva��o do neg�cio, em tempo recorde,
conseguiu livrar os empres�rios compradores
de pagar multa de R$ 500 milh�es. A empresa
de telefonia OI � s�cia do filho do
presidente da Rep�blica, F�bio Luis da
Silva, na empresa Gamecorp, de quem comprou
cotas por 5 milh�es de reais.
Por certo, merecer� a aten��o de toda a
imprensa, o julgamento da a��o popular
proposta pelo radialista, advogado e
ex-deputado estadual Afanasio Jazadji contra
a compra da Brasil Telecom pela OI. O
processo ser� julgado pelos desembargadores
da 4� Turma do Tribunal Regional Federal de
S�o Paulo.
Para o ex-parlamentar, que chegou a
denunciar a rumorosa transa��o no Supremo
Tribunal Federal, (que se considerou
incompetente, no caso), n�o � descartada a
responsabilidade do presidente Lula, que
ciente ou ignorando a pr�tica de atos
supostamente imorais e lesivos ao er�rio
p�blico, no �mbito da administra��o federal,
envolvendo a aquisi��o da BRASIL
TELECOM (BrT) pela OI,
com utiliza��o de SETE BILH�ES DE
REAIS DO BANCO DO BRASIL E DO BNDES,
n�o tomou as provid�ncias legais a que
estava obrigado.
E mais, agravantemente, Lula at� colaborou
para a r�pida efetiva��o do neg�cio,
assinando o Decreto 6.654, de 20 de novembro
de 2008, e deixando que �rg�os federais da
�rea de telecomunica��es e bancos oficiais
agissem com sofreguid�o para concretizar a
transa��o de interesse exclusivamente
privado e ao qual se submeteu o interesse
p�blico.
A a��o popular visa � decreta��o da nulidade
e a invalida��o da proposta de compra da BrT
pela Oi, protocolada na Anatel, sob o n�mero
53500.012007/2008, em 15/05/2008,
SEM AMPARO LEGAL ALGUM, e do
contrato entre elas firmado em abril de
2008, vez que o decreto presidencial
6.654/2008, autorizador de que UMA
EMPRESA DE TELEFONIA FIXA ATUASSE EM MAIS DE
UMA REGI�O, s� passou a existir a
partir de 20 de novembro de 2008 (oito meses
depois), quando, convenientemente,
desrespeitando-se a Lei Geral de
Telecomunica��es (Lei 9.472/97), alterou-se,
a pedido de empres�rios amigos, o �Plano
Geral de Outorgas�, aprovado pelo Decreto
2.534, de 2 de abril de 1998, vigente at�
novembro de 2008 E QUE VEDAVA TAL
PRIVIL�GIO, criador de reprov�vel
monop�lio no setor de telecomunica��es,
privatizado a partir de 1997.
A a��o proposta pelo ex-parlamentar e
radialista pede tamb�m a decreta��o da
nulidade e da ilegalidade do imoral e
favorecedor decreto presidencial 6.654. de
20 de novembro de 2008, feito SOB
MEDIDA, e que ferindo a Lei Geral
de Telecomunica��es, criou facilidades e
permitiu vantagens anormais e privilegiadas
a grupo particular que atua no setor de
telecomunica��es, com
lastro EM BILION�RIOS RECURSOS
FEDERAIS A ELE TRANSFERIDOS, em
preju�zo de programas sociais e p�blicos e
sem as cautelas de praxe.
No processo, busca-se paralelamente a
NULIDADE da anu�ncia dada
pela Anatel, em 19 de dezembro de 2008, para
que com base no Decreto 6.654/2008
(repita-se, baixado A PEDIDOS
e contrariando a Lei Geral de
Telecomunica��es) fossem implementomadas as
medidas necess�rias � aquisi��o do controle
societ�rio do grupo de empresas da BrT pela
OI.
Finalmente, a a��o impugna a
disponibiliza��o apressada de 2,6 bilh�es de
reais do BNDES e de 4,3 bilh�es do Banco do
Brasil para que a empresa OI (�nica
benefici�ria dessas at�picas e providenciais
altera��es feitas no Plano Geral de Outorgas
de Telecomunica��es pelo presidente Lula)
pudesse comprar a BrT, com capital p�blico,
em arranjo financeiro incomum, � vista do
propalado endividamento da citada empresa
com institui��es financeiras oficiais.
Nos autos, o autor da a��o cita editorial do
jornal �O Estado de S. Paulo�, de 23 de
dezembro de 2008, intitulado �PRESSA
SUSPEITA�, que diz: �Com a
publica��o, ontem, no Di�rio Oficial da
Uni�o do ato da Ag�ncia Nacional de
Telecomunica��es (Anatel) que autoriza a OI
a comprar a Brasil Telecom (BrT),
conclui-se, em tempo recorde e EM
CIRCUNST�NCIAS NEBULOSAS, o maior neg�cio do
setor de telecomunica��es do Pa�s desde a
privatiza��o do Sistema Telebr�s, h� cerca
de dez anos. O governo poder� dizer que n�o
passa de simples coincid�ncia o fato de uma
das empresas benefici�rias ser tamb�m um dos
maiores doadores de recursos para a campanha
presidencial do candidato do PT. Mas o
not�rio interesse das autoridades em apoiar
e , sobretudo, criar as condi��es legais e
financeiras para a concretiza��o de um
neg�cio mal justificado e realizado em
condi��es absolutamente excepcionais, deixa
o governo em situa��o no m�nimo
desconfort�vel.
Para o Estad�o, �n�o � s� o enorme poder
de mercado da nova empresa que causa espanto
e desconfian�a no cidad�o comum e no
contribuinte.Os que mais
ganham com o neg�cio s�o as empresas
privadas Andrade Gutierrez � grande
financiadora da campanha de Luiz In�cio Lula
da Silva e que, coincidentemente,
PARTICIPAVA DA GAMECORP, que tem entre seus
s�cios F�BIO LUIS DA SILVA, filho mais velho
do presidente, do empres�rio S�rgio Andrade,
e La Fonte, de Carlos Jereissati,
controladoras da Oi (antiga Telemar)�.
No processo foi juntado outro editorial da
�Folha de S. Paulo�, de 21 de dezembro de
2008, sob o t�tulo �Neg�cio
fechado�, que salienta que
�depois de uma s�rie de casu�smos,
completa-se o conluio entre governo e
interesses privados nas telecomunica��es�.
Para o conceituado jornal, �o governo
Lula fez o que j� se esperava. Atendeu aos
interesses de uma das empresas que mais
doaram recursos para a campanha presidencial
de 2006, a Andrade Gutierrez, e criou um
virtual oligop�lio nos servi�os de telefonia
em todos os Estados do pa�s, com exce��o de
S�o Paulo�.
�Havia a lei�, prossegue o editorial.
�Foi alterada. Era preciso dinheiro p�blico.
Foi concedido. Surgiram focos de resist�ncia
entre os membros da ag�ncia que regula o
setor, a Anatel. Nomeou-se uma personalidade
sem experi�ncia na �rea para aprovar a
fus�o. O Tribunal de Contas da Uni�o
estranhou o neg�cio. Opini�es foram mudadas
� em quest�o de 24 horas. Os interessados
tinham pressa. Se a compra n�o fosse
aprovada at� hoje, a OI teria de pagar uma
multa contratual de R$490 milh�es a Brasil
Telecom. O ministro das Comunica��es, H�lio
Costa, resolveu ent�o levar ao p� da letra
as suas atribui��es. Comunicou-se. E foi
assim que, depois de uma conversa com o
ministro do TCU que resistia � opera��o,
dificuldades de �ltima hora foram
superadas.�
�A OI se livrou assim do inc�modo de
PAGAR R$ 480 MILH�ES e pode celebrar o
que, mesmo a olho nu, parece ter constitu�do
um excelente neg�cio��.O neg�cio est� feito.
Apesar da complexidade dos detalhes, n�o �
dif�cil resumi-lo ao essencial. � UM CASO
DE COMPRA E VENDA. Nada mais que isso�
� conclui o editorial da Folha.
Tamb�m consta dos autos, o esclarecedor
editorial da mesma �Folha de S. Paulo�, de
22 de novembro de 2008, sob o t�tulo �Just
in time�, que acentua que �com a
precis�o de um rel�gio, o governo federal
vai cumprindo, uma a uma, todas as etapas
para viabilizar uma aquisi��o bilion�ria na
telefonia. O presidente Luiz In�cio Lula da
Silva assinou na quinta-feira o decreto
feito sob medida para possibilitar a compra
da Brasil Telecom pela OI. A firma
presidencial coroa um processo em que o
interesse e os fundos p�blicos foram
submetidos a cronogramas e exig�ncias
privadas.�
�Em seis meses, o Planalto
CAPITANEOU uma reviravolta
no marco normativo � TORNOU
REGULAR O QUE ERA IRREGULAR.
Al�m disso, mobilizou fundos de pens�o
estatais (acionistas das telef�nicas) e
bancos federais, que financiaram e
facilitaram as transa��es. O BNDES injetou
R$2,6 bilh�es na
reestrutura��o societ�ria da OI; o Banco do
Brasil emprestou R$4,3 bilh�es para a
fus�o�, destaca o editorial.
Para o autor da a��o popular, a a��o visa
alcan�ar tamb�m os respons�veis pelos
repasses de vulto � OI, com base no receio
de grave les�o ao er�rio p�blico, visto que
a bilion�ria quantia, 7 bilh�es de reais,
foi disponibilizada a particular para
garantir um neg�cio (na �poca) apenas
proposto e que dependeria, ao que se sabe,
de important�ssimos atos administrativos e
normativos futuros e incertos (altera��o de
decretos) e, na ocasi�o, sob exame,
portanto, inexistentes no ordenamento
jur�dico vigente.
Nessa dire��o, colheu-se a manifesta��o do
professor Cl�udio Haddad, ex-diretor do
Banco Central e para quem o �BNDES precisa
incentivar o desenvolvimento e N�O
EMPRESTAR DINHEIRO BARATO A COMPANHIAS QUE
PODEM SE FINANCIAR NO MERCADO. �
preciso romper com isso�, advertiu,
estranhando tamb�m a liberalidade
do banco oficial face ao empr�stimo
concedido � OI: �O BNDES,
que � um bra�o do governo, garante uma
reestrutura��o societ�ria que resultar� numa
opera��o de AQUISI��O QUE AINDA
DEPENDE DE UMA MUDAN�A NA LEI�.
Assim, caber� ao Poder Judici�rio decidir
sobre a ocorr�ncia de lesividade,
ilegalidade, imoralidade, favorecimento e
tr�fico de influ�ncia na compra da Brasil
Telecom pela OI, com recursos exclusivamente
federais.
Essa �nebulosa transa��o� pelo seu vulto,
singularidade e estranheza tamb�m chegou ao
Congresso Nacional, onde o deputado Marcelo
Itagiba defendeu a abertura de uma CPI.
Segundo ele, a lei de outorga foi
modificada �para atender a um interesse
comercial. N�o tenho a menor d�vida de que
houve tr�fico de influ�ncia. Acho que seria
fundamental que o Congresso Nacional
apurasse essa fus�o. O dinheiro p�blico est�
sendo utilizado para patrocinar interesses
privados. SE MUDOU UMA LEI POR
ENCOMENDA DE EMPRES�RIOS QUE DESEJAVAM FAZER
UM GRANDE NEG�CIO�, assinalou
Itagiba.
Foi por essas e outras raz�es, que o autor
da a��o popular chamou ao processo o
presidente Lula, na condi��o de r�u, por
ter assinado o decreto no. 6.654, de 20 de
novembro de 2008, que possibilitou � OI a
aquisi��o da Brasil Telecom, mediante o uso
de 7 bilh�es de reais, retirados dos cofres
p�blicos para bancar neg�cio particular nada
relevante.
Sua cita��o como r�u depender� do julgamento
no pr�ximo dia 7 no TRF de S�o Paulo, j� que
o juiz de primeiro grau n�o atribuiu for�a
probat�ria aos documentos juntados pelo
requerente (artigos de jornais, revistas,
manifesta��es de parlamentares,
legisla��o vigente e alterada) e
extinguiu o feito sem ouvir o Minist�rio
P�blico Federal, que inconformado apelou,
pois tal v�cio torna nula a decis�o.
Para o ex-deputado Afanasio Jazadji, �a
controvertida aquisi��o � muito s�ria,
complexa e um verdadeiro desprop�sito.
Denunciada como �CONLUIO
ENTRE GOVERNO E INTERESSES PRIVADOS�,
assim deve ser impugnada, sendo
indispens�vel buscar-se respostas para
ocorr�ncias e liberalidades praticadas �s
custas da submiss�o do er�rio p�blico e do
ordenamento jur�dico aos pleitos privados
nada impessoais, nada relevantes quanto ao
verdadeiro interesse p�blico e sem
repercuss�o social efetiva, real.
TRIBUNA
DA IMPRENSA
domingo, 24 de outubro de 2010
Carlos Newton
O governo federal, sob coordena��o da ent�o
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em
prazo recorde, mudou a legisla��o das
telecomunica��es, facilitou recursos
federais de cerca de R$ 7 bilh�es do Banco
do Brasil e do BNDES, e pressionou a
aceita��o da Anatel e do TCU para que a
empresa de telefonia OI adquirisse a Brasil
Telecom (BrT) e se livrasse de uma multa de
R$ 490 milh�es.
Foi um neg�cio muito estranho e
inexplic�vel. Como justificar tamanho
empenho da administra��o federal para
beneficiar a Oi, uma empresa privada que �
s�cia de um dos filhos do presidente Lula na
Gamecorp? As explica��es, que nunca foram
dadas, agora ter�o que ser fornecidas �
Justi�a.
Por decis�o un�nime, a 4� Turma do Tribunal
Regional Federal de SP decidiu anular a
senten�a proferida pela ju�za da 12� Vara
Federal, que extinguira a a��o popular
movida contra a Uni�o, o presidente Lula e
outros, por conta da venda da empresa de
telefonia Brasil Telecom para a Oi. Ent�o,
vamos conferir o que diz o ac�rd�o do
Tribunal Regional Federal de S�o Paulo, que
acaba de ser publicado:
�Cuida-se de a��o de conhecimento,
proposta sob o fundamento de inexist�ncia de
motiva��o e leg�timo interesse p�blico, em
que se objetiva seja anulada e invalidada a
proposta de compra da Brasil Telecom pela
Oi, registrada sob o n�mero
53500.012007/2008 na Ag�ncia Nacional de
Telecomunica��es � Anatel, bem como o
reconhecimento de nulidade e ilegalidade na
edi��o do Decreto n� 6.654/08 e atos dele
derivados, inclusive o financiamento
governamental da aquisi��o, por meio do
BNDES e do Banco do Brasil. Foi pedida,
ainda, a condena��o dos r�us, na medida de
suas responsabilidades e vantagens obtidas,
a ressarcirem o Er�rio pelos preju�zos
morais, materiais e financeiros causados.
Sustenta a inicial que a proposta de
compra foi realizada em momento no qual o
ordenamento jur�dico n�o permitia que uma
empresa de telefonia (controladora) atuasse
em duas �reas distintas (Decreto n�
2.534/98), mas que �s pressas foi editado o
Decreto n� 6.654/08 para poder se
concretizar o neg�cio. Demais disso, tamb�m
questiona a lisura e poss�vel CONLUIO na
aprova��o de compra pela Anatel em prazo
reduzido (27 DIAS, quando o prazo m�dio
seria de 200 DIAS) e do empr�stimo de R$ 7
bilh�es � empresa j� DEVEDORA DE R$ 1,6
BILH�O, realizado pelo BNDES E BANCO DO
BRASIL� - assinala o Ac�rd�o.
Agora, com a anula��o da extin��o do
processo, determinada pelo Tribunal
Regional, os autos retornar�o � 12� Vara
Federal, inicialmente para
que sejam analisadas as hip�teses de
modifica��o de compet�ncia, porque
na 8� Vara Federal de Fortaleza
tramita a��o popular sobre o mesmo tema,
movida contra praticamente os mesmos r�us.
JU�ZA N�O QUIS REQUISITAR
DOCUMENTOS DO �NEG�CIO�
De acordo com o autor da a��o popular em S�o
Paulo, o ex-deputado, radialista e advogado
Afanasio Jazadji, a equivocada decis�o da
ju�za da 12� Vara teria sido evitada, se ela
houvesse determinado o fornecimento da
documenta��o apontada na peti��o inicial,
conforme prev� a Lei 4.717/65.
�A magistrada deveria ter expedido
of�cio � Anatel, requisitando c�pia integral
do processo de anu�ncia da compra da Brasil
Telecom pela Oi, assim como c�pia do
contrato de compra e venda firmado por Oi e
BrT, em 25 de abril de 2008. Da mesma forma,
deveria ter encaminhado of�cios aos
presidentes do BNDES e Banco do Brasil para
que enviem c�pias dos processos de pedidos
de empr�stimos feitos pela Oi para se
habilitar � compra da BrT, com as garantias
oferecidas, prazos de vencimentos e total da
d�vida dessa empresa com essas institui��es
financeiras�, assinala o
ex-deputado, acrescentando:
�A peti��o inicial da a��o solicita
tamb�m informa��es sobre d�bitos anteriores
e referentes � aquisi��o da Telemar, pelos
mesmos s�cios, quando do processo de
privatiza��o da Telebr�s em 1998. E,
finalmente, pede expedi��o de of�cio � Oi
para que informe como est� hoje a
participa��o acion�ria de entes p�blicos,
incluindo fundos e bancos estatais, na
empresa Oi (BrT mais Telemar) e respectivos
percentuais�.
Na verdade, tudo nesse neg�cio � nebuloso e
suspeito, como a pr�pria decis�o da Ju�za,
extinguindo um processo de tal import�ncia,
sem sequer ter a curiosidade de requisitar e
ler a documenta��o mencionada. Simplesmente,
botou uma pedra sobre a a��o popular, mas o
Tribunal Regional n�o concordou com tamanha
leni�ncia e desenterrou o processo.
O autor da a��o popular agora estuda a
possibilidade de incluir Dilma Rousseff como
r�, j� que, como sempre diz o presidente
Lula, nada aconteceu de bom neste pa�s, nos
�ltimos anos, sem que houvesse a
participa��o da ent�o chefe da Casa Civil,
que coordenou o seu Minist�rio.
Realmente, n�o h� d�vida. Como coordenadora
do governo Lula, Dilma Rousseff teve de agir
r�pido e com compet�ncia em diversas �reas
do governo para em prazo recorde viabilizar
a compra da empresa de telefonia Brasil
Telecom pela Oi, que n�o tinha amparo
legal, livrando os empres�rios compradores
de multa de R$ 490 milh�es, caso a transa��o
n�o se efetivasse. E o neg�cio s� saiu
porque a legisla��o foi alterada pelo
presidente Lula, e o financiamento foi
garantido com recursos p�blicos.
A IMPRENSA CONSIDEROU
SUSPEITA A NEGOCIA��O
E n�o se pode culpar a imprensa por omiss�o,
porque � �poca praticamente todos os jornais
de maior import�ncia criticaram duramente o
�neg�cio�, como �O Estado de S. Paulo�, por
exemplo, que em 23 de dezembro de 2008
publicou o editorial �PRESSA
SUSPEITA�, que serviu para lastrear
a a��o popular. E vale a pena ler de novo:
Com a publica��o, ontem, no Di�rio
Oficial da Uni�o do ato da Ag�ncia Nacional
de Telecomunica��es (Anatel) que autoriza a
Oi a comprar a Brasil Telecom (BrT),
conclui-se, em tempo recorde e em
circunst�ncias nebulosas, o maior neg�cio do
setor de telecomunica��es do Pa�s desde a
privatiza��o do Sistema Telebr�s, h� cerca
de dez anos.
O governo poder� dizer que n�o passa de
simples coincid�ncia o fato de uma das
empresas benefici�rias ser tamb�m um dos
maiores doadores de recursos para a campanha
presidencial do candidato do PT. Mas o
not�rio interesse das autoridades em apoiar
e sobretudo, criar as condi��es legais e
financeiras para a concretiza��o de um
neg�cio mal justificado e realizado em
CONDI��ES ABSOLUTAMENTE EXCEPCIONAIS, DEIXA
O GOVERNO EM SITUA��O NO M�NIMO
DESCONFORT�VEL. A fus�o das duas operadoras
resultar� na constitui��o de uma supertele,
com receita l�quida anual de R$ 30 bilh�es,
base de 22 milh�es de aparelhos celulares,
com imenso poder de mercado em suas �reas de
atua��o.
A Anatel afirma que, com a constitui��o
da nova empresa, haver� mais equil�brio
econ�mico e financeiro entre os diversos
grupos que atuam na �rea de telecomunica��es
no Pa�s, pois ser�o tr�s grandes operadoras
em condi��es de competir entre si. Para o
Presidente da Associa��o Brasileira das
Prestadoras de Servi�os de Telecomunica��es
Competitivas (TelCom), Luis Cuza, por�m, a
fus�o Oi-BrT afetar� o mercado brasileiro,
pois resultar� numa concentra��o
significativa. Por isso, a TelCom anuncia
sua disposi��o de recorrer a todas as
inst�ncias poss�veis, administrativas e
judiciais, para tentar impedir que a fus�o
se concretize.
Mas n�o � s� o enorme poder de mercado
da nova empresa que causa espanto e
desconfian�a no cidad�o comum e no
contribuinte. Os que mais ganham com o
neg�cio s�o as empresas privadas
ANDRADE GUTIERREZ � grande
financiadora da campanha de Luiz In�cio Lula
da Silva e que, coincidentemente,
participava da Gamecorp, que tem entre seus
s�cios F�BIO LUIS DA SILVA, filho mais velho
do presidente -, do empres�rio S�rgio
Andrade, e da LA FONTE, de Carlos
Jereissati, controladoras da Oi (antiga
Telemar).
A trajet�ria dessas empresas no setor de
telecomunica��es n�o teria sido t�o
vitoriosa, como lembrou o rep�rter Renato
Cruz na edi��o de domingo do
Estado, se n�o tivesse contado com
fort�ssimo apoio financeiro do poder
p�blico. Sem nenhuma
experi�ncia em telecomunica��es, o grupo
vencedor do leil�o de parte do Sistema
Telebr�s realizado h� dez anos, e do qual
faziam parte as empresas citadas, pagou �gio
de somente 1% e s� se tornou financeiramente
vi�vel com dinheiro do BNDES. O mesmo banco
oficial destinou recentemente R$ 2,659
bilh�es para a reestrutura��o societ�ria da
Oi, e o Banco do Brasil concedeu � empresa
empr�stimo de R$ 4,3 bilh�es para a compra
da BrT. A generosidade
oficial beneficiou um grupo privado num
momento em que todos os demais setores da
economia necessitam urgentemente de
financiamentos, mas n�o encontram.
Mas o apoio do poder p�blico a essas
empresas n�o se limitou ao campo financeiro.
Causa perplexidade o fato de a Anatel ter
concedido anu�ncia ao neg�cio
EM APENAS 27 DIAS, na
decis�o mais r�pida da hist�ria da ag�ncia.
Muitos casos demoraram MAIS
DE 3 MIL DIAS PARA SEREM DECIDIDOS.
Na m�dia, as decis�es demoram 200 dias, nas
contas da TelCom. E, nesse caso, houve at�
mesmo o obst�culo de uma medida cautelar do
Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), que
exigia da Anatel as informa��es necess�rias
para avaliar o impacto do neg�cio sobre o
mercado, que foi prontamente derrubada
depois de UMA INTENSA
MOBILIZA��O DO GOVERNO.
Mais ainda, o governo comprometeu-se a
MUDAR A REGULAMENTA��O DO
SETOR, que impedia duas
concession�rias de telefonia fixa de terem o
mesmo controlador. Apesar das dificuldades
formais � foi preciso abrir uma consulta
p�blica e, depois, editar um decreto
presidencial -, a regulamenta��o foi
modificada para permitir a concretiza��o do
neg�cio em tempo recorde para evitar que a
Oi incorresse em multa contratual de R$ 490
milh�es).
Tanto empenho e tanta pressa para qu�?�
TRIBUNA
DA IMPRENSA
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Carlos Newton
Mais preocupado em fazer de Dilma Rousseff
sua sucessora, o presidente Lula cometeu um
inacredit�vel equ�voco jur�dico que pode
comprometer seu futuro pol�tico.
Contrariando a Constitui��o Federal e a
legisla��o ordin�ria, na parte referente aos
crimes contra a Administra��o P�blica, Lula
est� sendo defendido em a��o popular no
Cear� por dois servidores federais,
procuradores da Advocacia Geral da Uni�o.
Traduzindo: os dois procuradores defendem,
ao mesmo tempo, Lula (que � r�u) e a Uni�o
(que tamb�m � r�, mas ao mesmo tempo,
v�tima).
A a��o popular foi proposta em agosto de
2008 e Lula � r�u pela pr�tica de ato
omissivo e comissivo e por ter criado
condi��es, por meio de mudan�a na legisla��o
federal, para possibilitar a autoriza��o
dada pela Ag�ncia Nacional de
Telecomunica��es (Anatel) � empresa Oi para
que comprasse a Brasil Telecom (BrT). Al�m
disso, por press�o do governo, o Banco do
Brasil e o BNDES tiveram de disponibilizar
cerca de R$ 7 bilh�es de reais para
concretizar o neg�cio entre duas empresas
privadas.
Como a transa��o foi conclu�da em prazo
recorde, de apenas 27 dias, gra�as �s
eficazes tratativas e gest�es implementadas
pela ent�o chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, a empresa Oi (compradora)
livrou-se de pagar aos propriet�rios da
empresa Brasil Telecom uma multa de R$ 490
milh�es.
Nesse particular, h� nos autos da a��o
tamb�m a acusa��o de que o advogado Luiz
Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal do
PT e amigo de Lula, teria recebido comiss�o
de 260 milh�es de d�lares para, como
lobista, e com f�cil acesso ao alto escal�o
federal, promover gest�es em favor da
transa��o intentada por empres�rios, e
alguns dos quais s�o s�cios do filho do
presidente na empresa Gamecorp, como
fartamente relatado pela imprensa.
A a��o popular tramita na 8� Vara Federal de
Fortaleza e foi proposta pelo advogado Jos�
Carlos Martins Mororo de Almeida, que �
representado pelo advogado Manuel Gomes
Filho.
De acordo com o site da Justi�a Federal do
Cear�, s�o r�us nesse processo, que tem o
n�mero 0010389-37-2008.4.05.8100: a Uni�o
Federal, o presidente Lula, a Ag�ncia
Nacional de Telecomunica��es, a Comiss�o de
Valores Mobili�rios, a presidente da CVM,
Maria Helena dos Santos Fernandes Santana, a
Tele Norte Leste Participa��es S/A, a
Telemar Norte Leste S/A, a Invitel, a Brasil
Telecom S/A e a Brasil Telecom Participa��es
S/A. A cita��o de todos os r�us foi
determinada pela ju�za Elise Avesque Frota.
Examinando a rela��o das partes citadas e
respectivos advogados, chamou a aten��o da
Tribuna da Imprensa o fato
de a Uni�o Federal e o presidente Lula
estarem sendo defendidos pelo mesmo
advogado, Jos� de Arimat�ia Neto, ali�s,
conceituado procurador-chefe da Advocacia
Geral da Uni�o, em Fortaleza.
Contatado ontem por telefone, o
procurador-chefe n�o s� confirmou a dupla
representa��o judicial, como informou que
nesse processo tamb�m atua a procuradora da
Advocacia Geral da Uni�o, Isabel Cec�lia de
Oliveira, que est� a seu lado representando,
ao mesmo tempo, a Uni�o e o presidente Lula.
Juristas consultados estranharam a dupla
representa��o processual por parte dos
procuradores da Advocacia Geral da Uni�o,
vez que, como advogados da Uni�o, na
condi��o de ente p�blico lesado, n�o
poderiam eles concomitantemente atuar como
defensores do r�u Luis In�cio Lula da Silva,
que, segundo os autores da a��o popular, com
sua a��o e omiss�o, feriu a legalidade e a
moralidade p�blicas, facilitando a
concretiza��o de um neg�cio nebuloso repleto
de favorecimentos e claramente prejudicial �
Uni�o.
E indagam: como defender, simultaneamente,
os leg�timos interesses da Uni�o Federal, em
tese desconsiderados, e os atos
administrativos federais tidos como ilegais
praticados por agente federal, que � r�u no
mesmo processo? � uma contradi��o insan�vel,
pois, de um jeito ou de outro, poder�
ocorrer o chamado �patroc�nio infiel� ou
�conflito de interesses�.
Para esses juristas, sem sombra de d�vida,
nesse caso deveria o r�u (o presidente Lula)
ter constitu�do um defensor particular, pago
�s suas expensas, livrando-se assim da
acusa��o de uso il�cito da m�quina p�blica
em assunto de seu exclusivo interesse,
podendo por isso mesmo ser alcan�ado pelos
dispositivos da Lei de Improbidade
Administrativa.
De acordo com o artigo 37 da Constitui��o
Federal, a administra��o p�blica direta,
indireta de qualquer dos poderes da Uni�o,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Munic�pios obedecer� aos princ�pios da
legalidade, impessoalidade, efici�ncia,
moralidade e publicidade, enfatizando o seu
par�grafo 4� que os atos de improbidade
administrativa importar�o na
SUSPENS�O DOS DIREITOS POL�TICOS,
perda da fun��o p�blica, indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento do er�rio
p�blico, sem preju�zo da a��o penal cab�vel.
Como se sabe, improbidade significa
desonestidade e relaciona-se com a conduta
do administrador. Pode ser praticada n�o
apenas pelo agente p�blico, mas tamb�m por
quem n�o � servidor e infringe a moralidade
p�blica. Traduz a m� qualidade de uma
administra��o, pela pr�tica de atos que
implicam em enriquecimento il�cito do agente
ou em preju�zo ao er�rio ou, ainda, em
viola��o aos princ�pios que orientam a
administra��o p�blica.
A esse respeito, o professor Leon Fredja
ensina que sem embargo da grita geral contra
a Lei 8.429, de 2 de junho de 1992
(Improbidade Administrativa), �esta, com
precis�o matem�tica, fornece o conceito de
improbidade administrativa, qual seja
auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em raz�o do exerc�cio
de cargo, mandato, fun��o, emprego ou
atividade nas entidades j� mencionadas�.
Nesse contexto, configura improbidade
administrativa �utilizar, em obra ou servi�o
particular, ve�culo, m�quinas, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de
propriedade ou � disposi��o de qualquer das
entidades mencionadas no artigo 1� dessa
Lei, bem como O TRABALHO DE
SERVIDORES P�BLICOS, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades�.
A pr�tica de ato de improbidade
administrativa poder� levar o infrator a
sofrer perda de fun��o p�blica, suspens�o
dos direitos pol�ticos de 8 a 10 anos e ao
ressarcimento de dano quando houver.
Uma representa��o sobre a grave ocorr�ncia �
o uso de servi�o p�blico para fins
particulares � j� est� sendo preparada por
advogados e ser� protocolada no Supremo
Tribunal Federal e na Procuradoria Geral da
Rep�blica para as provid�ncias cab�veis no
�mbito pol�tico e criminal.
TRIBUNA
DA IMPRENSA
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Carlos Newton
A 4� Turma do Tribunal Regional Federal de
SP devolveu � 12� Vara C�vel Federal o
processo em que se denuncia a ilegalidade da
venda da Brasil Telecom para a Oi,
controlada pela construtora Andrade
Gutierrez e Grupo Jereissati (de S�o Paulo).
O Tribunal, por unanimidade, anulou a
senten�a que extinguira o processo sem
julgamento de m�rito e sem ouvir o
Minist�rio P�blico Federal. Traduzindo: o
processo contra o presidente Lula vai andar.
A transa��o denunciada � Justi�a Federal s�
se efetivou gra�as ao empenho do governo
federal, que tudo fez para viabilizar a
transfer�ncia do controle acion�rio,
consumada com R$ 7 bilh�es do Banco do
Brasil e do BNDES, cedidos de forma
vantajosa aos controladores da Oi, isto tudo
em apenas 7 meses, entre abril e novembro de
2008.
Na a��o proposta contra o presidente Lula
(que se viu obrigado a baixar um novo
decreto para legalizar esse neg�cio) e
contra os presidentes do Banco do Brasil e
do BNDES, que emprestaram essa fortuna a
particulares, desviando recursos que
poderiam ser investidos em programas sociais
ou que criassem mais empregos, pede-se a
invalida��o da opera��o comercial, a
ilegalidade e a nulidade do decreto assinado
pelo presidente (n� 6.654, de 20/11/2008),
feito sob medida para garantir expressivas
vantagens a um grupo particular de
telecomunica��es, com desvio de poder e de
finalidade. E a a��o pede tamb�m o
ressarcimento do preju�zo que o er�rio
p�blico sofreu com essa at�pica e
favorecedora disponibiliza��o de cerca de R$
7 bilh�es para a efetiva��o de opera��o,
exclusivamente privada.
No processo, chama a aten��o um editorial da
�Folha de S. Paulo�, no qual � bem descrito
o esfor�o feito pelo governo, e por
decorr�ncia, pela ministra Dilma Rousseff,
que tudo inspecionava, revia, autorizava e
submetia � aprova��o do presidente da
Rep�blica, que, todos sabem, assinava os
atos sem ler:
�O governo Lula fez o que j� se
esperava. Atendeu aos interesses de uma das
empresas que mais doaram recursos para a
campanha presidencial de 2006, a Andrade
Gutierrez, e criou um virtual oligop�lio nos
servi�os de telefonia em todos os Estados do
pa�s, com exce��o de S�o Paulo.
N�o foi f�cil. Muita �vontade pol�tica�,
para falar como o presidente, se fez
necess�ria para impor aos consumidores
brasileiros a compra da operadora Brasil
Telecom pela OI, que tem a Andrade Gutierrez
como uma de suas principais colaboradoras.
Havia a lei. Foi alterada. Era preciso
dinheiro p�blico. Foi concedido. Surgiram
focos de resist�ncia entre os membros da
ag�ncia que regula o setor, a Anatel.
Nomeou-se uma personalidade sem experi�ncia
na �rea para aprovar a fus�o. O Tribunal de
Contas da Uni�o estranhou o neg�cio.
Opini�es foram mudadas � em quest�o de 24
horas.
Os interessados tinham pressa. Se a
compra n�o fosse aprovada at� hoje (21/12/2008),
a OI teria de pagar uma multa contratual de
R$ 490 milh�es � Brasil Telecom. O ministro
das Comunica��es, H�lio Costa, resolveu
ent�o levar ao p� da letra as suas
atribui��es. Comunicou-se. E foi assim que,
depois de uma conversa com o ministro do TCU
que resistia � opera��o, dificuldades de
�ltima hora foram superadas.
A OI se livrou assim do inc�modo de
pagar r$ 490 milh�es e pode celebrar o que,
mesmo a olho nu, parece ter constitu�do um
grande neg�cio.
J� o contribuinte brasileiro n�o recebe
maiores satisfa��es pelo fato de que muito
mais dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo
Banco do Brasil para possibilitar a
transa��o. Do BNDES vieram R$ 2,6 bilh�es.
Do Banco do Brasil, R$ 4,3 bilh�es. Fundos
de pens�o de estatais tamb�m foram
convocados a participar da transa��o, cujo
valor total se estima em R$ 12,5 bilh�es�
Fecha-se, assim, o ciclo de uma
espetacular sucess�o de casu�smos,
acomoda��es de interesse e jogadas
clandestinas� O neg�cio est� feito. Apesar
da complexidade dos detalhes, n�o � dif�cil
resumi-lo ao essencial. � um caso de compra
e venda�.
No Congresso Nacional, o deputado Marcelo
Itagiba defendeu a abertura de uma CPI,
dizendo que a lei de outorga foi modificada
�para atender a um interesse comercial. �N�o
tenho a menor d�vida de que houve tr�fico de
influ�ncia. Acho que seria fundamental que o
Congresso apurasse essa fus�o. O dinheiro
p�blico est� sendo utilizado para patrocinar
interesses privados. se mudou uma lei por
encomenda de empres�rios que desejavam fazer
um grande neg�cio�,
denunciou.
Por mera coincid�ncia, os empres�rios foram
os principais financiadores da campanha de
Lula, em 2006, e s�o s�cios do filho do
presidente na empresa Gamecorp
(disponibilizaram R$ 5 milh�es para turbinar
a ent�o pequena empresa).
Como chefe da Casa Civil, � claro que a
ministra Dilma Rousseff participou das
importantes e indispens�veis decis�es
tomadas pelo presidente Lula. Em per�odo
eleitoral tudo tem de ficar transparente,
doa a quem doer. O eleitor quer explica��es
tanto de Serra como de Dilma. A imprensa n�o
est� a servi�o de partidos, mas em
permanente busca da verdade. Nada deve ficar
debaixo do tapete, para depois do dia 31 de
outubro.
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